sábado, 14 de novembro de 2009

A estratégia da geometria na Paris do fim do século XX - Museu do Louvre


A intervenção de I. M. Pei na Ampliação do Museu do Louvre (1983-1989) adota exteriormente a forma de uma grande pirâmide de cristal. Com este inteligente projeto Pei soluciona simultaneamente três tipos de problemas -funcinal, urbano e simbólico - que aparecem sempre nas remodelações dos grandes museus nacionais.

O problema funcional era o mais complexo e urgente. A configuração da nova pirâmide de cristal define um novo acesso monumental que se situa no ponto central de acesso às três alas do Louvre.

No que diz respeito à relação com o contexto urbano, a definição da pirâmide, além de melhorar drasticamente os sistemas de acesso público -de pedestre, de metrô, de carro ou de ônibus - serve para enriquecer a relação com o entorno e enfatizar o eixo monumental urbano da cidade que começa na pirâmide do pátio do Louvre e vai até o novo arco de la Defénce no limite da grande cidade, e passa pelas Tulleries, a Concorde, Champs Élisées e o Arco do Triunfo.

Por último, a forma e a resolução técnica da pirâmide se situam em um ponto de equilíbrio entre o respeito pela tradição a declarada vontade de modernidade. A forma da pirâmide remete tanto à tradição classicista _relembrando operações neoclássicas como a pirâmide que Fredrich Weinbrener realisou na markplatz de karlsruhe _quanto às propostas vanguardistas está anunciada em projetos de Le Corbusier e Leonidov, em especial no projeto do Palácio da Cultura (1930) de Leonidov _. E a utilização da alta tecnologia, da transparência, da água e da iluminação noturna outorgam uma imagem de forte contemporaneidade a uma pirãmide de cristal realizada com beleza e precisão em todos os montantes, cabos, tirantes e conexões da estrutura feita de malha de aço enoxidável.





fonte: MONTANER, Josep Maria: Depois do movimento moderno: Arquitetura da segunda metade do século XX

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